Leixões - Salgueiros :: Empate é justo e foi um mal menor num jogo intermitente

A bola começou a rolar, caíram as equipas nos braços uma da outra, lançando-se numa luta de impulsos, procurando desequilíbrios, explorando diferenças.

No Leixões, a novidade foi Ricardo Jorge, um craque gerado na cantera, que teve mais uma oportunidade para debitar o seu futebol. Não brilhou, mas mostrou mais uma vez que a bola aos seus pés não chora. Dêem-lhe tempo... O começo foi frenético. Numa toada de bola-lá-bola-cá, as equipas apresentavam processos simples e procuravam os melhores caminhos para as balizas contrárias. Motivados e determinados, os donos da casa emprestada criaram nova ocasião, agora proeza de Ricardo Jorge, num remate que saiu escassos milímetros ao lado da baliza (10m). O Salgueiros equilibrou o estado de coisas, sustentando a reacção com acções venenosas de Rhanem e Nelson. O ritmo mantinha-se elevado, Eduardo arrancou pelo corredor esquerdo, cruzou com conta, peso e medida, mas Bruno China, desastrado, enviou a bola para fora do estádio (25m). Paradoxalmente, foi aí que apareceu a festa do golo, Fábio, o rei dos marcadores, a corresponder à excelente abertura de Miguel, num lance que mereceu forte contestação dos adeptos rubro-brancos, que reclamaram da alegada posição irregular do avançado. Seguiram-se momentos de tensão na bancada, com o fiscal-de-linha Bertino Miranda a ser o alvo das atenções.

Entrou-se na etapa complementar. O Salgueiros parecia ter o Leixões na mão, agarrado pelo pescoço, Rhanem obrigou Marco à defesa da tarde (72m), mas foi Joel, num acto de raiva gerado no fundo da alma, que correspondeu ao cruzamento perfeito de Zamorano, estreando-se a marcar na presente temporada. Um belo golo, obtido de cabeça, de um produto dos escalões de formação, que tem aproveitado a actual conjectura para cimentar a sua posição na equipa. Um golo que, afinal de contas, veio conferir justiça ao marcador, já que as equipas equivaleram-se muito e, verdade seja dita, o Salgueiros não soube arrumar a questão. E quando assim é, rezam os livros, o castigo é praticamente um dado adquirido. No fim da aventura, ninguém se ficou a rir, mas o empate acaba por ser o mais certo num jogo em que as almas, muito empenhadas, foram gémeas.

Ficha de Jogo

Liga de Honra 2004/2005

28ª Jornada (31 de Março de 2003)

Estádio da Mata Real, Paços de Ferreira
Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)

Leixões: Marco; Amaral, Nuno Silva, Joel e Eduardo; Leão (Zamorano, 55’ [José António, 90’]), Bruno China e Ricardo Jorge (Guerra, 83’); Pedro Oliveira, Pedras e João Pedro
TR: António Pinto

Salgueiros: Paulo Lopes; Marco Silva, Flávio, Beke e Carlos Ferreira; Nilton, Nelson e Simões (Djalmir, 67’); Miguel (Welligton, 55’), Fábio e Rhanem
TR: Norton de Matos

Ao intervalo: 0-1 Resultado Final: 1-1
Marcadores: Fábio (31’) e Joel (73’)