quarta-feira, 27 de outubro de 2004

Taça de Portugal :: Descalabro em três actos

No primeiro tempo, os donos do terreno assumiram as despesas e actuaram a maior parte do tempo junto à baliza de Botelho. Cadinha, que se estreou a titular, assumia-se como o maestro da equipa e dos seus pés saíam algumas das jogadas mais coloridas da equipa.
Antes do intervalo, o melhor marcador do Leixões interceptou um passe de Jorge Soares, isolou-se, mas no momento do remate Bruno Caires ofereceu o corpo ao esférico, resultando daí apenas um canto. Os forasteiros, munidos de artistas experientes e bons de bola, aceitarem o papel secundário e pouco incomodaram a baliza rubro-branca. Ao intervalo, o Leixões vencia com justiça.

Veio o segundo tempo, e na primeira iniciativa Cadinha esteve próximo do golo, mas o remate saiu por cima. Os homens da casa queriam representar à altura do estatuto, mas foi o Louletano que chegou ao empate, após uma boa acção colectiva. A equipa leixonense acusou o empate e o desempenho voltou a estar aquém das expectativas, obrigando os seus adeptos a cair na real e a perceber que a presente temporada será de sofrimento. As substituições não resultaram em benefícios práticos, arrastando-se a decisão do encontro para o prolongamento. Bloqueio mental A jogar sob forte contestação dos adeptos, a equipa leixonense bloqueou mentalmente, condição muito bem aproveitada pelos algarvios para, em três minutos, apontar dois golos e praticamente sentenciar a partida.Nos actos, má nota para Baptista, que não está isento de responsabilidades, pois o remate de Hélder Clara era defensável, e para o central Elvis, que introduziu a bola na própria baliza, após boa iniciativa de Brito, o driblador que já defendeu as cores rubro-brancas. Ao teor do drama, Dionísio acrescentou uns pozinhos de suspense, reduzindo para 2-3, e João Pedro, que esteve dez minutos a ser assistido, reentrou inesperadamente em campo, numa demonstração de grande espírito de sacrifício.

Para a história se tornar épica, era preciso que o atacante do Leixões voltasse a marcar, mas Botelho, o concentrado guardião do Louletano, não colaborou no guião e segurou a preciosa vantagem, confirmando a surpresa algarvia no teatro do Mar.

Cadinha: Estava a ser um dos melhores . Saiu por motivos físicos?

Ficha do jogo
Taça de Portugal (IV eliminatória)
Jogo no Estádio do Mar, Matosinhos
Árbitro: Paulo Pereira (Viana Castelo)
Leixões: Baptista; Leonardo, Cleuber, Joel (Elvis, 87) e Serafim; Leão, Bruno China, Guerra (Ronaldo, 56) e Cadinha (Rui Duarte, 56); Dionísio e João Pedro
Treinador: José Gomes
Louletano:Botelho; Telmo Pinto, Pedro Pereira, Jorge Soares e Xavier; Bruno Caires, Hélder Clara, Rui Alves (Nelsinho, 45) e Brito; Manuel do Carmo (Brás, 45) e Nabor (Bráulio, 81)Treinador: Amílcar Fonseca
Ao intervalo: 1-0
Após prolongamento: 2-3
Marcadores: João Pedro (22), Bruno Caires (47), Hélder Clara (93), Elvis (96 p.b) e Dionísio (100)

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